Começa a ser enfadonho escrever sobre estes Real Madrid - Barcelona. Quando penso sobre o que se passou ontem, no Santiago Bernabéu, chego à mesma conclusão da minha última crónica. O Real Madrid não consegue vencer o factor psicológico contra este Barcelona. É inadmissível que, pela segunda vez consecutiva, depois de estar a ganhar por 1-0, o Real Madrid acabe perdendo o jogo.
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Fonte: www.maisfutebol.iol.pt |
Por muito que o Barcelona tenha uma posse de bola estonteante e que acabe o jogo com 73% de posse de bola, a meu ver, não é a equipa de Guardiola que ganha os jogos mas sim o Real Madrid que os perde. Explicando melhor esta, aparente, contradição. O Real não ganha o jogo porque abdica completamente da atitude dominadora verificada em outros jogos. Contra o Barcelona a equipa merengue - mesmo depois de estar a ganhar por duas vezes por 1-0 - não consegue assumir o jogo. Numa altura em que bastaria procurar um segundo golo para dar a tranquilidade desejada, a equipa de Mourinho simplesmente baixa o bloco e perde completamente o controlo do jogo. O que acontece depois está à vista, com Iniesta, Xavi e Messi a qualquer momento surge um passe de morte e o resultado final é o golo. Neste momento o Real Madrid estar a ganhar 1-0 ao Barcelona é o mesmo que estar 0-0. É incrível mas é o que acontece repetidamente. Nem Mourinho foge ao efeito devastador dos 5-0 da última época.
Uma nota final para a atitude de Pepe. O central português demonstra jogo atrás de jogo que não tem estrutura mental para estes jogos. A pisadela a Messi é simplesmente inadmissível. Pepe é repetente neste tipo de situações o que não abona nada a seu favor. A história desta eliminatória está escrita mas no futebol não há certezas. O jogo da próxima semana em Camp Nou pode servir para o Real Madrid finalmente assumir o seu estatuto já que não tem nada a perder.
Para os jogadores do Real, este é o momento para mostrarem se são apenas muito talentosos ou se são atletas de classe mundial. A performance nos grandes jogos, a capacidade de decidir nos momentos decisivos, traça frequentemente a fronteira entre os primeiros e os últimos.
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